sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

O passado...

Descalço as minhas havaianas de padrão camuflado e relaxo

Consigo imaginar a joaninha rosa sobre o teu joelho. Dou asas ao meu pensamento e, ousadamente, digo ser capaz de me rever no papel do frágil animal. E sabes que mais?! O teu joelho passaria a ser a minha casa. E mais uma coisa, dedicar-te-ia "A place called home" de Pj Harvey.
O fim-de-semana cheirou-me a Outono. O odor relembrou-me os primeiros dias de escola que eram vividos com grande nervosismo, apesar da protecção dada pela mochila nova. A formação voltou, e com ela, o stress, o trabalho, o tédio e a enorme vontade de lhe voltar as costas. O Domingo foi mais complicado do que o Sábado. Fiquei a saber que o grupo de trabalho perdeu mais um membro, a Joana. Entre vozes que forçavam o sussurro, apercebi-me que trocou a formação por outro tipo de projectos, a venda de produtos biológicos. Fará falta, é certo. Domingo, domingo foi sinónimo de “mergulho interno”, de tirar partido da contenção da respiração, de deambular com um frasco de tinta acrílica, de voltar à superfície para respirar e de aconchego numa manta velha. E é bom, é sempre bom fechares os olhos e renderes-te à audição. E é melhor ainda, abrires os olhos e circulares livremente pelo espaço, de modo a que te apercebas das alterações que o contexto sofreu. Já te disse que sou um “libertador de estímulos”?! Pois, foi isso que resolvi fazer, quando me apercebi que das 11 pessoas, só duas é que ainda se rendiam aos encantos da expressão plástica. Comecei por seduzir a Fernanda a acompanhar-me no acto. Resolvemos que o melhor seria rasgar papel de cenário e colá-lo sobre o trabalho feito. E foi isso que fizemos…e foi giríssimo perceber que as pessoas aguardavam por tal acto. Mais tarde convenci a Ana a introduzir um caixote enorme no trabalho. Assim que tomei contacto com ele, apercebi-me que dentro dele estava um tecido preto. Senti a sua textura, olhei para a Maria e desafiei-a a emoldurar um grande pedaço de papel de cenário, depositado num chão frio, revestido a azulejo cor de tijolo. À medida que a ajudava na tarefa, sorria ironicamente para as pessoas que me olhavam com um ar apavorado. Sei que o caixote serviu de refúgio para a Irene e posteriormente para a Marta. E foi bom ter a noção de que a introdução de novos elementos pode ser benéfico para a construção pessoal e grupal. E também foi bom ter insight a respeito de determinadas características que fazem parte de mim. Um dia conto-tas!

O resto do dia fez-se tranquilo. Voltei a casa e reencontrei o meu irmão, o Nelson. Perdi-me na conversa até às 2 da manhã. Acho que dormi tranquilamente.

O ponto de viragem fez-se sentir a partir de segunda-feira. Ainda o tento racionalizar….
Agora estou indeciso, acho que é isso.

Your Angel.

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